segunda-feira, 14 de março de 2011

Poema dos olhos



É triste pensar

Que só não sabemos mentir

Pelo nosso olhar

Quanto mais a boca nega

Quanto mais a gente fingi

Mais o olhar entrega

Que adianta dizer que não

Se quando olho nos seus olhos

O coração te da razão

Se fechar os olhos é pra não falar

Quem cala consente

Como não te amar?

Meus olhos são tristes

Quando você esta longe

Quando a distancia existe

Ouça meus olhos sinceros eles são

Veja o quanto minha boca nega

E o quanto eles te esperam

Se meus olhos soubessem mentir

A quem eu iria enganar

Se a mim não posso me iludir

Se fosse Machado de Assis era genial


eu entro

eu dentro

do tempo

do templo

da cria

da criação

do medo

da meditação

eu só

eu sou

eu vivo

eu vivendo

a morte

a sorte

o luto

a luta

a luta

o luto

o surto

o furto

o recado

o pecado

a gruta

a puta

na labuta

no labirinto

eu minto

o que sinto

o choro

o coro

eterno

do inferno

a indireta

da arte

da parte

do poeta

da poesia

da boemia

na ironia

da alegria

pela hierarquia

e assim

o fim

de mim