sábado, 29 de maio de 2010

Aos genios da musica brasileira

Camões se queixa

De nunca ter sido

Um dia Raul Seixas

 

Pessoa levou um susto

Achava que era poeta

Poeta era Renato Russo

 

Camões diz que a escrita não mais usa

Pensa ele que sabia escrever poemas

Poema fez foi Cazuza

 

Pessoa diz ter agido de impulso

Num breve momento se disse poeta

Sem saber que poeta era Renato Russo

 

Camões hoje se sente esquisito

La no paraíso todo perplexo

Com a poesia de Raulzito

 

Pessoa se auto-acusa

Disse ele ser uma farsa

Disse gênio é Cazuza

 

Poetas portugueses são um porre

Prefiro os nacionais

Que morreram todos de AIDS e overdose

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Coisa


 

Tanta coisa nesse mundo

Coisa simples coisa complicada

Coisas demoradas e de um segundo

São coisas que surgem do nada

São coisas que nos intrigam

Outras coisas nos fascinam

São coisas fáceis e que complicam

Cada coisa que há

Cada coisa que não deveria haver

Pra uma coisa boa há outra má

Há coisas que a gente diz

Há coisas que não queríamos dizer

Coisas que nos fazem feliz

Coisas que nos fazem sofrer

Cada coisa no seu lugar

Essas coisas é que me fazem pensar

As coisas simples são as mais sofisticadas

Coisa essa estranha

Complicada como a teia da aranha

Cada coisa que se escreve

Cada coisa que se lê que se vê.

Cada coisa que se come que se bebe

Tanta coisa que se faz que se fez.

Cada dia uma coisa nova

Cada nova coisa uma descoberta

Tanta coisa que se mostra

Tanta coisa que se esconde

Coisas que ficam abertas

Coisas que ficam fechadas

Coisas que fecham as abertas

E coisas que abrem as fechadas

Faça alguma coisa ai por mim

Faça alguma coisa certa ou errada

Faça porque essa chegou ao fim

 

Poema 2

Perco meu tempo perdendo tempo
Ligando o computador
Buscando um copo d’água
Esperando seu amor
Chorando minhas magoas

Coisas fúteis e infindáveis
Pensando no que te dizer
Dizendo o que não penso
Esperando a água ferver
Acendendo um incenso

Perco meu tempo perdendo tempo
Cada escasso segundo
Desperdiçado como água de goteira
Água que faz falta pro mundo
Mundo que me acompanha a vida inteira

Tentando ser o melhor pra você
Perdendo o que de melhor há em mim
Perdendo minha essência
Esperando um chá de alecrim
Pra acalmar essa minha impaciencia

terça-feira, 18 de maio de 2010

Poema 1

Me mostre o que você tem

O que você pode me oferecer

Me diga o que eu quero

Porque eu não sei dizer

Me diga quem é você

Me diga só quem sou

Me mostre quem me amou

Essa venda em meus olhos

Me impossibilita de ver tantas verdades

Como se eu não pudesse ver

Como se eu não soubesse

Me conte porque tenho medo de ver

Porque esse mundo me assusta tanto

Fala alguma coisa que me acalme

Não me diga que é verdade

Que esse mundo é assim como eu vejo

Tão oposto ao que desejo

Tão oposto ao meu gosto e agrado

Paladar e tato

O que você vai me vender

Quantas ilusões você traz consigo

Quais os remédios pro meu medo

Quem são meus inimigos

Quem são meus amigos

Quem sou eu

Porque parece que o caminho certo

É esse onde me encontro perdido

Porque seguir sem rumo

É o caminho seguro

A bússola da minha vida

Não aponta pro norte

O meu mapa é só de ida

A chegada é a morte

As placas de sinalização

Não existem

Pra me guiar só talento e sorte

Não sei quem sou

O que é triste

Pois sei pra onde vou

Pois sei pra onde vou

O que me alivia é saber

Que o meu fim vai ser

O mesmo que você vai ter

Brancos e negros

Podres e ricos

Todos vão morrer